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Nos 30 anos da CPA - Associação Autoravanista de Portugal (Papa Léguas Portugal, 25/1/2010)

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Em 1 de Fevereiro de mil novecentos e noventa e sete, os associados do CPA, reunidos em Assembleia Geral, entenderam a importância que justifica a evocação de algumas datas, pelo que aprovaram que o dia vinte e cinco de Janeiro passasse a ser o “Dia do Clube” e que todos os anos, nessa mesma data, a sede do CPA devia estar sempre aberta aos associados. E, assim, deveria ser sempre feito, dando cumprimento a uma decisão com agora vinte e três anos

O primeiro momento de importância capital na via do CPA foi, obviamente, o nascimento, que teve lugar a 25 de Janeiro de 1990, não obstante estar a ser planeado desde Setembro de 1988 numa primeira reunião que se realizou no Parque de Campismo de Escaropim. Depois dessa data os fundadores reuniram-se ainda pelo menos mais quatro vezes e sempre em Parques de Campismo.

O facto de a associação, que se veio a denominar como “Clube Português de Autocaravanas”, ter tido o nascimento programado em Parques de Campismo, por campistas, revela bem o espírito que presidiu à criação. Tudo evidencia que se não tratava de fazer emergir uma modalidade autocaravanista. O espírito era campista, embora o material de campismo a ser utilizado deixasse de ser a tenda e passasse a centrar-se na autocaravana, material que à época só alguns poucos dispunham. Muitas destas autocaravanas eram até “construídas” junto à primeira sede do CPA, na Rua dos Lagares, em Lisboa. Registe-se ainda que o campismo estava de tal forma presente na forma de pensar dos fundadores que os primeiros estatutos do CPA “obrigavam” à filiação na “Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo", actual “Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal”.

O segundo acontecimento marcante na vida do CPA teve lugar quatro anos depois da fundação, mais precisamente em 1994, com a partida para a "Primeira Volta a Portugal" iniciada na margem do Rio Tejo, perto da Torre de Belém, em Lisboa, a 26 de Março. Os autocaravanistas que tinham chegado ao local na véspera terão cantado no momento da partida, talvez pela primeira vez em público, a Marcha do CPA, “hino oficioso”, na medida em que até à presente data nunca uma Assembleia Geral o tornou oficial.

Este evento constituiu um momento marcante na vida do CPA, bastante bem organizado, que contou com a presença de médicos e de mecânicos e a que não faltou animação, convívio e entre-ajuda, numa demonstração evidente de companheirismo.

A terceira iniciativa marcante deu-se em 2010 com a coo-autoria e divulgação da “Declaração de Princípios”, subscrita por inúmeras entidades, o que constituiu a base, agora escrita, dos valores a serem seguidos por todos quantos entendessem o autocaravanismo como uma modalidade autónoma.

Talvez por não renegar e não se opor ao campismo a Declaração foi assumida pela Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo; mas porque na Declaração eram evidenciadas preocupações ambientais também a Quercus a subscreveu; e também porque a autocaravana é um veículo automóvel o ACP também considerou como importantes os conceitos de estacionar / pernoitar em autocaravana.

A "Declaração de Princípios", que ainda hoje se mantém actual, continua a marcar a política autocaravanista seguida pelo CPA.

A quarta modificação significativa que se verificou na vida do CPA foi consubstanciada com a alteração estatutária que teve lugar em Novembro de 2012. Efectivamente os Estatutos aprovados fazem um corte, não direi radical, mas profundo, com o Campismo, sem, contudo, renegar as origens campistas, nem discriminar negativamente os autocaravanistas campistas.

Os caminhos escolhidos pelos associados são claramente evidenciados nos Estatutos:

1 – Alteração do nome. Deixa o CPA de ser um clube de autocaravanas, meio pelo qual se pode fazer campismo, para passar a ser uma associação de autocaravanismo, meio pelo qual se faz turismo, sem prejuízo de também se poder fazer outras actividades, como o campismo. A ordem dos valores, dos objectivos, altera-se.

2 – Cessa a obrigatoriedade estatutária de estar filiado numa federação específica, como era no passado a filiação na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. Os associados, em cada momento, decidem.

3 – São definidos de forma clara e pormenorizada os direitos e deveres dos associados e dos Órgãos Sociais, incrementando-se a institucionalização da associação, o que demonstra uma evolução. O CPA deixa de ser um “clube de amigos” para passar a ser uma associação autocaravanista de Portugal onde os amigos se encontram.

Sintetizando: O CPA deixa oficialmente de ser um clube campista de autocaravanas para passar a ser uma associação autocaravanista de Portugal.

O quinto e não menos importante momento marcante da vida do CPA, tem lugar em 2016 com a constituição do "Welcome Friendly Place" (WFP-Portugal), uma marca direccionada a autocaravanistas portugueses e estrangeiros, com informação turística sobre Portugal e as localidades que não pratiquem uma política de discriminação negativa dos veículos autocaravanas. Significativo é o facto de no Portal do "WFP - Portugal" se poder ler: "A Associação Autocaravanista de Portugal – CPA, detentora da marca WELCOME FRIENDLY PLACE, subscreve a Declaração de Princípios como compromisso de interesses entre as comunidades e o autocaravanismo".

A constituição do "WFP - Portugal" foi o reafirmar, agora "preto no branco", de uma forma muito expressiva, de uma política autocaravanista virada para o desenvolvimento local.

Estes são os cinco momentos mais marcantes na vida do CPA, pois que, em si mesmos, influenciaram o Movimento Autocaravanista de Portugal, mas que não esgotam a importância do CPA que, sem exagero, fez e continua a fazer, a história do autocaravanismo.

O CPA que é a mais antiga associação autocaravanista de Portugal:
* Tem cerca de mil sócios no pleno gozo dos direitos associativos;
* Tem numa relação qualidade preço o melhor seguro de autocaravanas:
* Tem sócios de várias nacionalidades;
* Tem sócios com múltiplas profissões cujos estatutos profissionais os não divide;
* Tem protocolos para aproveitamento de meios e assim evitar a duplicação de esforços;
* Tem um regulamento de quotizações que defende os novos associados;
* Tem aconselhamento jurídico gratuito para os sócios desde 2011;
* Tem uma Declaração de Princípios subscrita entre outras pelas seguintes entidades: Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC) e pela QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza;
* Tem um Fórum que em 2013 já tinha sido visualizado mais de 6 milhões de vezes;
* Tem informação mensal dirigida especificamente para os sócios;
* Tem apoiado e é sócio de movimentos e associações que promovem o Desenvolvimento Local;
* Tem apoio médico e veterinário aos sócios não só na residência como na autocaravana;
* Tem protocolos de reciprocidade com associações campistas e autocaravanistas;
* Tem espaço virtual disponível para os sócios relatarem as viagens que realizam;
* Tem disponível informação sobre todos os aspectos da vida associativa no âmbito de um conceito de transparência;
* Tem obtido descontos para os sócios em mais de uma centena de firmas.

O CPA é, acima de tudo, uma associação essencialmente vocacionada para o autocaravanismo que pratica a inclusão de todos os autocaravanistas independentemente do conceito que cada um tenha sobre a práctica da modalidade.

Inspirar as pessoas, as organizações de desenvolvimento local e os territórios num movimento de reflexão e promoção da cidadania e igualdade é também o contributo social do CPA para o Movimento Autocaravanista de Portugal.

Contudo, para além da história, porque também fazem parte da história, há que recordar os fundadores, sem os quais não estaríamos hoje a comemorar os 30 anos da Associação Autocaravanista de Portugal.

Ana Catarina Santos, Ana Maria Santos, Cipriano Gomes, Eduardo Silva Lopes, João Tavares, Joaquim Malpique, Jorge Baeta, Manuel Carvalho, Manuel Pinto Ribeiro, Mário Santos, Olga Baeta, Otília Malpique, Paula Baeta, Vítor Tavares

https://papa-leguas-portugal.blogspot.com/2020/01/nos-30-anos-do-cpa.html

 

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