PNAI 2006 - 2008 - Parte II (Relatório de estratégia Nacional para a Protecção Social e a Inclusão Social)
A pobreza constitui uma das principais ameaças à realização dos direitos fundamentais de todos os cidadãos, pelo que requer uma estratégia imediata. Em 2004, 21% da população portuguesa vivia abaixo do limiar de pobreza (20% para os homens e 22% para as mulheres). A pobreza persistente apresentava igualmente um valor elevado: 15% da população viveu abaixo desse limiar em 2001 e em pelo menos dois dos tres anos precedentes.
Enquanto fenómeno de natureza multidimensional, a pobreza requer uma observação além do rendimento das familias. Para esse efeito, uma abordagem multidimensional da pobreza (privação) e crucial para conhecer os multiplos aspectos do bem-estar dos individuos e das famílias. Entendendo a privação como a dificuldade de acesso a um nível minimo de bem-estar, cerca de 18.7% das familias portuguesas estava em situação de privação em 2001. As condições internas do alojamento, a posse de bens de conforto, a capacidade de satisfação das necessidades básicas e as redes de sociabilidade são os aspectos que maior peso têm na explicação do grau de privação para as familias em risco de privação. Alem disso, são as famílias com criancas, as famílias numerosas e as famílias de uma única pessoa idosa, que revelam o maior risco de privação.